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Voltei às minhas atividades, como fica meu pet?

Problemas comportamentais em pets relacionados com a separação de seus tutores: uma realidade cada vez mais comum pós-pandemia.
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Tratamento do comportamento em pets

A covid-19 trouxe grandes mudanças para todos os membros da família

A pandemia causou grandes mudanças nas vidas das pessoas, no Brasil o teletrabalho passou a ser a realidade de muitos trabalhadores. Essa nova forma de trabalho permitiu que muitos brasileiros participassem mais da rotina e dos acontecimentos dentro de casa. O que, em sua maioria provocou mudanças significativas no convívio entre os moradores do lar, em especial com os nossos pets.

Visão dos pets sobre as mudanças causadas pelo distanciamento social

Muitos pets estavam acostumados a não ter seus tutores e familiares em casa de segunda a sexta durante um ou dois períodos do dia e a ver os seres humanos saírem aos fins de semana para almoçar, jantar ou receber amigos e familiares em casa. Ou seja, habituados a essa rotina de solidão durante algum período do dia e a ter a casa cheia em outros momentos. Com a escalada da COVID de repente tudo mudou, os seres humanos passaram a não sair mais de casa e tão pouco recebiam pessoas nela. Caso nossos animais de estimação falassem, provavelmente cães e gatos divergiriam sobre a primeira impressão dessa mudança. É plausível imaginar que os cães estufariam o peito e com um grande sorriso no rosto diriam o quanto estavam felizes por estar ao lado de seus tutores o dia inteiro. Já os gatos, apesar de desfrutarem da companhia humana, provavelmente se queixariam por terem perdido suas preciosas horas de privacidade. Contudo, a maioria deles em poucos dias solucionariam essa questão e passariam a curtir a presença humana constante. Uma vez que, possivelmente barganhariam atenção ao pular na frente do computador enquanto seus tutores estivessem trabalhando ou comemorariam a possibilidade de poder pedir em diferentes momentos do dia aqueles alimentos especiais que ficam guardados na geladeira e na despensa. 

Fim do isolamento social e agravamento da dependência emocional

Com o fim das recomendações de distanciamento, a vida social voltou a ter outra significação e muitas pessoas retornaram ao trabalho presencial, a confraternizar com amigos em restaurantes e a receber visitas em casa. Com isso, aqueles animais de estimação que estavam adaptados em ter sua família humana sempre por perto, se viram novamente obrigados a passar cada vez mais tempo sem a companhia de seus amados tutores ou tendo que receber e tolerar outra vez, visitas em casa. Já, a maioria daqueles que nasceram no auge da pandemia e restritos em seus lares, supostamente não sabem o que é ficar sozinhos ou ter que conviver com visitas “estranhas”. Independente da época de nascimento o apego e vínculo com os seres humanos do convívio pode criar uma situação de angústia e ansiedade durante a ausência dos mesmos e levar a distintas respostas comportamentais que caracteriza um quadro conhecido como Síndrome da Ansiedade de Separação (SAS).

Como identificar SAS em animais de estimação?

Sentir a falta na ausência de alguém é um sentimento esperado quando um indivíduo tem apreço por outro. Entretanto, quando esse sentimento sai de controle, um quadro de distúrbio comportamental pode estar em curso. Nos animais de estimação os primeiros sinais dessa condição se dão momentos antes ou logo em seguida da saída daquelas pessoas com vínculos afetivos. Nesse momento os pets podem apresentar agitação, perseguir as pessoas pela casa e iniciar uma vocalização que pode escalonar conforme a saída se aproxima ou o tempo de ausência perdure. Alguns tutores só percebem algo de errado ao chegarem a casa e se depararem com mobílias danificadas, objetos destruídos e portas arranhadas. Inúmeros pets exibem sinais sutis como vigiar a porta e pela presença de pêlos molhados em volta da boca devido à salivação excessiva, em animais de pelo curto é mais difícil de notar essa alteração. No entanto, outros lambem partes do próprio corpo repetidamente deixando marcas de umidade na região. Elas podem evoluir para falta de pelo (alopecia), irritação na pele e até mesmo aparecimento de feridas. Em casos mais extremos esse ato de lamber e mordiscar a mesma parte do corpo leva a um quadro de automutilação, principalmente nas extremidades (dedos). É comum notar urina e fezes em locais inapropriados, assim como objetos pessoais (roupas, sapatos, etc.) espalhados pela casa. Por ter um diagnóstico difícil de ser realizado pelos tutores, uma vez que a maioria dos sinais clínicos se manifesta na ausência dos seres humanos, a SAS é mais comumente percebida por eles quando seus animais de estimação se apresentam ofegantes, com batimentos cardíacos acelerados, tremores pelo corpo, vômitos e diarreia. Por isso, ela pode ser facilmente confundida com outras alterações clínicas, sendo de suma importância que o médico veterinário conheça os sinais deste distúrbio para chegar a um diagnóstico definitivo e preciso. 

Tratamento é ter comprometimento

Após o diagnóstico de SAS o profissional deve ter muita empatia com os tutores. Uma vez que, as emoções envolvidas de ambos os lados são fortes e não existem culpados para essa condição. E sim, situações que reforçam essa necessidade de contato constante. Portanto, após tirar o peso das costas dos tutores deve-se mostrar a eles a importância em aderir ao tratamento. Visto que, será necessário ter dedicação e disponibilidade de tempo para minimizar as respostas comportamentais indesejadas. A fim de obter um melhor resultado, os três pilares da terapia comportamental precisam ser contemplados. Um local com enriquecimento ambiental trará distrações e ocupação para os pets durante o período que estiverem sem companhia. Tão relevante quanto, se faz necessário introduzir exercícios na rotina capazes de induzir a modificação comportamental ao ponto dos mesmos se sentirem seguros até o retorno das pessoas ao lar. Por último e não menos importante, o organismo de alguns indivíduos ansiosos não é capaz de controlar a cascata de reações bioquímicas causada pela angústia e insegurança que se manifesta quando os pets ficam sozinhos. Logo, em algumas situações, medicações específicas podem ajudar o organismo a se restabelecer e fazer com que o animal de estimação não tenha reações tão acentuadas frente a uma situação desconfortável, como a de estar sem a companhia dos tutores. Assim sendo, é fundamental que durante o tratamento o pet não fique sozinho, a não ser durante a prática dos exercícios propostos do protocolo comportamental adotado.

Terapia Comportamental para Animais (Cães) – Helena Truksa – Ethos Animal

Atualmente, existem diversas possibilidades para não ter que deixá-los sozinhos. Como, por exemplo, serviços de pet sitter (cuidadores), locais de creche para animais de estimação, além de casa de amigos, familiares e vizinhos. Infelizmente, muitas pessoas só tomam alguma atitude após a notificação do condomínio por importunação devido à vocalização alta ou quando vizinhos denunciam por maus-tratos animal. Lembrem-se, como tutores também somos protetores e sempre devemos priorizar o bem-estar de nossos amigos.  

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