Capítulo 1: O Encontro com o Mistério
O que acontece conosco após uma experiência de quase morte? O que parecia ser apenas um evento traumático tornou-se um chamado profundo para redescobrir a vida. Durante a EQM, fui abraçada e convocada a não seguir a luz naquele momento porque eu tinha uma missão para realizar aqui, e, ao retornar, me vi motivada a buscar um caminho de cura – não só para mim, mas também para aqueles ao meu redor. A desconexão com meu corpo e um estado depressivo me levou a questionamentos existenciais: Quem sou eu, o que realmente importa, qual minha missão e legado que gostaria de deixar na vida.
Capítulo 2: Psicologia Evolutiva e a Ciência da Cura Interna
A partir dessas reflexões fui em busca de apoio psicológico, psiquiátrico e também da terapia do toque. Ao vivenciar um tratamento pela massagem Ayurvédica, da Tradição Hindu, passei por um outro despertar, me senti de retorno à vida e com alegria de viver.
No caminho de minha cura, me formei como terapeuta integrativa e aprofundei minha atuação profissional por meio da psicologia. A ciência, que estuda o comportamento humano pode ser explicada como uma interação entre predisposições biológicas e aspectos ambientais, isto é, do contexto: cultura, meio físico, história de vida, etc. Buscar compreender as etapas de desenvolvimento do ser humano, começou a se mostrar uma chave poderosa para entender os processos pelos quais passava. O conceito de evolução pessoal e o papel das experiências traumáticas na construção de resiliência e propósito passaram a fazer parte do meu dia a dia. Em minha jornada de estudos, reflexão e práticas a Pirâmide de Maslow, também chamada de Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, ou de Pirâmide das Necessidades de Maslow, me trouxe fundamentos, e entendimento do princípio de que a motivação de uma pessoa e seus níveis de satisfação, podem ser baseados numa relação hierárquica direcionada que apresente as necessidades humanas.
O criador da teoria foi Abraham Maslow (1908 – 1970), professor de psicologia, fundador da disciplina de Psicologia Humanista. Ele apresentou a Pirâmide de Maslow em 1943, em um artigo chamado “Uma teoria da motivação humana”, o modelo sugere que nós, seres humanos, somos motivados em satisfazer cinco necessidades básicas: fisiológicas, de segurança, social, de autoestima e de realizações pessoais. Maslow analisava a experiência das pessoas investigando o amor, a esperança, a fé, a espiritualidade, a individualidade e a existência. De acordo com um dos aspectos fundamentais da sua teoria, para atingir o estado mais desenvolvido de consciência e realizar todo o seu potencial, uma pessoa precisa descobrir qual o seu verdadeiro propósito na vida e sair em busca dele.
Posso me visualizar caminhando de forma serena, pelos degraus da pirâmide invisível que se ergueu dentro de mim. Em cada nível, uma nova face de minha alma se revela, cada uma mais próxima de minha essência, mais próxima do que realmente busco: amor, plenitude, conexão com o divino e com o bem amado da alma. Essa jornada, para mim, não é apenas uma busca individual, mas um chamado ancestral. Desde o início, senti o chamado das tradições milenares ecoando em meu coração, como se estivesse destinada a carregar essa sabedoria e transformá-la em luz para guiar outras pessoas.
A cada estágio e oitava evolutiva, me deparo com desafios, mas também com uma sensação de redenção. No início, encarei a sobrevivência, o chão da pirâmide. Ali, precisei estabilizar minhas forças, construir raízes, lidar com o mundo material e encontrar segurança para avançar. Sei que não posso cumprir minha missão se não estiver fundamentada, então acolho essa etapa com coragem, percebendo que toda fortaleza se ergue sobre bases sólidas.
Com o tempo, minha jornada me conduz ao próximo patamar: relacionamentos. Nesta etapa começo a construir conexões mais profundas e interações mais significativas, entendendo que, para amar verdadeiramente, preciso antes me conhecer e me amar. É um momento de entrega e espelhos. Aqui, percebo que a busca pelo amor do outro é, na verdade, a busca pelo reconhecimento do amor divino dentro de mim. Neste nível, aprendi o fluxo das trocas, a dar e receber, compreendendo que cada pessoa que chega ao meu caminho carrega lições essenciais para meu crescimento. Sempre faço a pergunta para quem está chegando “ O que essa alma veio me ensinar?”
À medida que vou subindo a pirâmide, o sentido de pertencimento e de propósito se fortalecem. Reconheço minha missão, o que me move e me impulsiona. Percebo que não estou sozinha nessa busca; existem almas afins, também em suas jornadas, que precisam da mesma inspiração. E é nesse estágio que começo a apoiar outras pessoas, não porque desejo ser admirada, mas porque entendi que esse é o chamado de minha alma: fazer parte da cura coletiva, compartilhar meu aprendizado.
Então, finalmente, alcanço o topo da pirâmide, onde reside a autorrealização. Aqui me encontro com o divino DEUS/Pai/Mãe/Filho, e me reencontro com o Bem Amado da Alma. Aqui, meu coração se expande, e compreendo que todo o caminho até aqui foi uma preparação para esse momento. Sinto a presença de algo maior, que sempre me guiou, sempre me sustentou. E nesse estado de completude, me torno a própria pirâmide, sólida e leve, um ponto de encontro entre o céu e a terra.
Assim, cumpro minha missão, não como um fim, mas como uma nova fase de meu ser. Eu entendo que a jornada nunca realmente termina, que o aprendizado e o amor são infinitos. E, com essa consciência, continuo caminhando, agora com passos mais leves e uma serenidade que inspira a todos ao meu redor, como uma guia que ilumina o caminho daqueles que ainda estão subindo as primeiras etapas da pirâmide.
Compreendi que, para transformar minha dor em cura, precisava me tornar responsável por meu próprio desenvolvimento. A psicologia evolutiva ajudou-me a ressignificar minhas experiências, fazendo-me enxergar o potencial de transformação e crescimento que cada ser humano carrega.
A psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, explora como a mente humana se desenvolve ao longo da evolução e como processos psicológicos se assemelham a processos alquímicos. Jung acreditava que a psicologia e a alquimia buscavam transformação e autoconhecimento: enquanto a alquimia medieval visava transformar metais em ouro, para Jung, ela simbolizava a transformação interior da psique. Ele via a jornada psicológica como um processo alquímico, onde o inconsciente (a “matéria bruta”) é refinado e integrado à consciência, permitindo o desenvolvimento do “Self” — a totalidade e equilíbrio entre a consciência e o inconsciente. Essa abordagem une as ideias de evolução mental com a busca por uma integração profunda, na qual o indivíduo se torna mais completo e autoconsciente. Jung acreditava que o inconsciente se comunica por meio de símbolos, sonhos e imagens arquetípicas. No processo de individuação, a pessoa trabalha ativamente com esses elementos para compreender e integrar aspectos profundamente enraizados de sua psique.
Então após muitos estudos quero levar esses conhecimentos adiante, criando uma rede de apoio para outras pessoas em busca de cura e propósito.
Capítulo 3: O Desejo de Deixar um Legado
Este resultado me inspirou a novos estudos, e a disseminar para várias pessoas, a importância do toque afetivo desde a primeira infância, por meio da técnica da Shantala. Em 2001, a partir desse trabalho voluntário nas comunidades, fundei o Instituto Tocar que atua há 23 anos para o desenvolvimento humano e hoje realiza políticas públicas no Distrito Federal para crianças e adolescentes, mulheres vítimas de violência, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Comecei a colaborar com instituições de apoio social e a desenvolver projetos para instrumentalizar gestores, educadores e voluntários das instituições para utilizarem práticas do bem-estar, da psicologia evolutiva e habilidades sócio emocionais para acolher essas pessoas. Minha missão era criar uma rede que incentivasse o crescimento pessoal e o empoderamento, ajudando-as a se reconectarem com sua própria força interior, mesmo em meio à adversidade.
Meu encontro com a Psicologia Evolutiva e os Colégios de Sabedoria me motivou a ir além de minha própria cura. Compreendi que muitos enfrentam jornadas difíceis e dolorosas, mas nem todos têm os recursos emocionais ou práticos para se fortalecerem. Decidi, então, dedicar-me ao desenvolvimento de serviços e projetos sociais utilizando as lições que aprendi para construir pontes de suporte e esperança.
Capítulo 4: Um Novo Propósito – A Construção de um Legado Inspirador
Com o passar do tempo, eu que um dia quase perdi a vida me torno um exemplo vivo de renascimento. Minha experiência de quase morte não foi um fim, mas um convite para viver com mais profundidade e significado. Hoje, apoio a construir um futuro mais humano e acolhedor para aqueles que, assim como eu, enfrentam obstáculos e buscam um sentido maior para suas vidas. Por amor a vida e para que possamos continuar a semear sonhos e prosperar desejo expandir os conhecimentos difundidos em meu livro “Recriar o Caminho com a Consciência” a nível mundial para ampliar as novas perspectivas de AMAR, ativar o potencial psíquico da consciência superior para criar a manifestação da abundância no material humano e conexão com o divino para transformar sonhos em realidade.
Um Chamado para Todos
A partir de minha história os convido a refletir sobre o quanto experiências difíceis podem abrir portas para caminhos que jamais imaginaríamos trilhar. Posso afirmar que a cura é um processo contínuo, e que, ao abraçarmos nossas próprias feridas, buscando a consciência de modo que as mesmas se transformem em graça espiritual, levando para uma dimensão mais ampla e mais sagrada do serviço à vida, podemos ajudar a curar a nós mesmo, o outro e o mundo ao nosso redor. Essa jornada é, antes de tudo, um lembrete de que cada um de nós tem o poder de transformar nossas dores em luz e construir legados que transcendem o tempo e o espaço. O amor pelo prazer de viver e servir à vida pode curar e mudar todas as coisas. EU SIRVO A VIDA NO COTIDIANO E A VIDA SE DESDOBRA POR MINHAS BENÇÃOS NO PRESENTE!